24.12.10

Resultado do exame patológico e ALTA

Olá, pessoas.

Retornamos ao médico (urologista), na segunda-feira passada (20/12/10), para a retirada dos pontos e para saber os resultados do exame patológicoe retornamos ao oncologista na terça seguinte.

O resultado não poderia ser melhor: os linfonodos retirados na região retroperitoneal possuíam, alguns, tumores cancerígenos constituídos apenas de teratoma imaturo. Assim, como este tipo de câncer é bem menos agressivo, ou seja, pouco metastático, e a quimioterapia, provavelmente, já eliminou os outros cânceres, o médico acredita que o Leandro esteja curado. Presente maior não há ;).

É claro que a fala dele é prudente, pois pode haver algum outro câncer microscópico que não foi detectado pela tomografia, ou mesmo pode se desenvolver algum outro câncer a partir do testículo que ele ainda tem, por razões genéticas. A questão é que, agora, temos apenas que fazer o acompanhamento deste câncer. Como: Teremos de fazer uma primeira tomografia total (abdome e bacia) em janeiro, juntamente com um exame de sangue para verificar os marcadores tumorais para que eles sirvam de parâmetro. Depois, teremos que fazer uma tomografia a cada 6 meses e o exame de sangue a cada 3 meses. Isso durante o primeiro ano, que é o mais provável para que ocorra uma recidiva** do câncer. Depois, teremos que acompanhar mais tranquilamente. Mas o diagnóstico definitivo de cura de câncer é dado apenas após cinco anos de acompanhamento sem ocorrências de recidivas**.

O importante mesmo é que agora teremos apenas que acompanhar com exames e nem quimioterapia nem cirurgias são mais necessárias. :) Isso é ótimo!

Queremos apenas ressaltar que esses resultados apenas foram conseguidos porque tudo foi feito rapidamente, pois mesmo que na região só houvesse teratoma, o urologista-cirurgião nos relatou que este tumor pode crescer de tal forma a se tornar inoperável, porque há vezes em que ele se enrola/gruda na veia aorta, impossibilitando a cirurgia. Então, não se deve esperar para dar seguimento aos procedimentos indicados pelos médicos.

Por fim, queremos agradecer DEMAIS a todos - familiares, amigos, alunos-amigos e até (des)conhecidos - que nos enviaram boas energias neste período tão 'turbulento'. Saibam que sem vocês, provavelmente, não teríamos conseguido passar por tudo isso. MUITO OBRIGADA!

Abraços e um ótimo final de ano a vocês, assim como será o nosso.



Ps.:Continuarei com o blog para postar tanto novidades do tratamento quanto outras informações sobre as quais não foi possível escrever antes.




*exame patológico: este exame é feito com o material retirado em uma cirurgia, o(s) tumor(es), para saber de que tipo de células tal tumor é constituído e verificar se se trata de um tumor benigno, ou maligno (câncer), ou ainda de que tipo de células é constituído determinado câncer (nosso caso).
**recidiva: é quando o câncer, depois de supostamente eliminado, volta a se desenvolver no organismo.

13.12.10

Cirurgia bem-sucedida

Olá, pessoas.
Boas notícias: a cirurgia foi bem-sucedida. Ele já está em casa e com ótima recuperação.
Vamos agora ao relato.


Foi preciso que ele ficasse de jejum de água e alimentos desde as 22h do dia anterior (terça, 8/12/10).


Chegamos ao hospital (Maternidade de Campinas), - instituição indicada pelo urologista por ter um bom aparelho para a laparoscopia - por volta das 9:00 e aguardamos que o médico terminasse um procedimento com um outro paciente.
Exatamente às 12h ele foi levado para o centro cirúrgico. Tomou ali mesmo algum anestésico e seguiu. Pelo que nos conta, ficou acordado até instantes do início da cirurgia.


Pelo relato do cirurgião, a cirurgia correu bem, salvo pela dificuldade do anestesista em fazer com que os anestésicos fizessem o efeito necessário, uma vez que a musculatura do Leandro, por ser muito forte - algo bom -, atrapalhou neste processo, fazendo com que fosse necessário aplicar uma dose acima do dobro do indicado. Por fim, foi necessário que ele fizesse um corte adicional, de 7 cm, na região direita, além dos três 'furos' para a retirada dos gânglios ou linfonodos que se encontravam na região retroperitoneal. O corte lembra aquele para a retirada do apêndice. Além disso, ele deslocou o intestino para um dos lados do corpo para que pudesse fazer tal limpeza. Na imagem deste link, podemos ter uma ideia da sala de cirurgia.


Por volta das 16h, o médico foi ao quarto onde aguardávamos e nos informou sobre tudo isso, acrescentando que ele ainda ficaria umas 3h na sala de recuperação. Porém, quando foi 18h30, ele já estava no quarto, falando e bem. A voz apenas estava um pouco rouca, pois ele tinha sido entubado, e ainda estava com uma sonda. Sentia dor quando respirava fundo e quando ria. Tal dor sempre no corte adicional. Teve ainda de permanecer em jejum.


Na sexta, às 8h30, quando o médico passou no quarto, pediu para retirarem a sonda, liberou líquidos para ingestão e pediu para caminharmos também. Condicionou a alta ao funcionamento do intestino e disse que agora temos que aguardar o resultado do exame patológico destes gânglios. Caso apresentem apenas teratoma e cicatrização e não apareça nada de carcinoma ou outro tumor, significa que devemos apenas fazer um acompanhamento e ele estaria curado, caso esses tumores apareçam, será necessário mais quimioterapia.


No sábado, às 7h30, na visita do médico, ele recebeu alta. Foi receitado apenas um analgésico em caso de dor. A recomendação é de um repouso moderado, sem restrições para comida ou bebida, vantagens da laparoscopia, a qual aliás indicamos para quem estiver em dúvida, pois mesmo que tenhamos de dispor de algum valor, a recuperação é realmente incrível. Caso não tivéssemos escolhido este procedimento, ele ficaria, pelo menos, uma semana no hospital, internado, e teria uma recuperação lenta e dolorosa.


É isso por enquanto.


Obrigada novamente pelo apoio e pelo carinho. Tenho recebido tantas mensagens - da família, dos amigos, de alunos tão queridos, meus e dele - as quais por 'n' motivos ainda não pude responder. Saibam, porém, que leio todas e as transmito ao Leandro. Ficamos muito felizes e acalentados por elas.

6.12.10

Segunda Cirurgia Marcada

Pessoas,


a segunda cirurgia está agendada para o dia 9/12. Quinta próxima.
Conseguimos que ela fosse feita rapidamente, porque buscamos o serviço particular. Gostaríamos muito de ter feito pela Unicamp, contudo, estávamos numa fila de espera e nem tínhamos previsão de quando a cirurgia poderia ser feita, então buscamos a indicação de um bom urologista.


Nessa etapa, poderíamos fazer o procedimento (linfadenectomia retroperitoneal) pelo método tradicional (abrindo a barriga e retirando os linfonodos) ou pela laparoscopia. Nos deparamos então com uma 'bifurcação':

- o método tradicional tem resultado e era totalmente coberto pelo plano médico, entretanto demoraria mais tempo para a recuperação do Leandro, além de ser mais invasivo, o que eu julgo bastante complicado, afinal ele é muito novo;
- já a  laparoscopia também tem resultado, mas o plano de saúde não cobria todos os gastos com alguns instrumentos e com os honorários do especialista nesse tipo de procedimento, contudo ela é menos invasiva e o paciente se recupera mais rapidamente.


Quanto às consequências, ambas as possibilidades podem resultar em mais uma possíbilidade de infertilidade.


Assim, escolhemos pelo segundo procedimento. Teríamos que dispor de 'money', todavia isso afetaria menos o organismo dele que já sofreu muitas 'invasões' esse ano e, ao que tudo indica, no Natal ele já estaria bom.


Tivemos então de 'correr atrás' dos três instrumentos: uma tesoura ultracision 5mm, um trocarte, e 5 blisters hem-o-lok roxo. Depois de conseguirmos, foi marcar a cirurgia com o médico, o que está feito; marcar a consulta com o anestesista, também ok; fazer os exames, ok e aguardar.


Então é isso. Esperamos que dê tudo certo.
Obrigada pela força e nos mandem boas energias nesta quinta.


Abração,


Ps: O cabelo voltou a crescer e já está bem grandinho. :P


POST NOVO do Alê,
Pessoal, abaixo, está um texto do Alê, fresquinho, no qual ele relata quando nos acompanhou na quimioterapia. Vale muito a pena acompanhar o registro dele.

Na clínica para quimioterapia

Na quinta-feira, dia 29, fui com o Leandro na 4º sessão de quimioterapia. Naquela manhã, ainda não havia compromissos com meu trabalho, poderia acompanhá-lo sem ter preocupações com horários, chefes etc.

Embora, ao longo da minha vida, tenha visto várias pessoas passando por este tratamento, nunca soube precisamente como ele funcionava. Imaginava centros cirúrgicos de aparência assustadora, internações, médicos impassíveis...

Na verdade, o Leandro entra numa sala, muito parecida com um centro de doação de sangue. Ele passa por ali aproximadamente duas horas, tomando medicação pela veia.

Nesse meio-tempo, podemos ficar alguns minutinhos sentados com ele. conversamos sobre casas, apartamentos, dança dos famosos, a superioridade tricolor e o provável tetracampeonato do meu São Paulo na Libertadores, faixa-etária dos pacientes e muitos outros assuntos dos quais minha mente preguiçosa não consegue se lembrar...

Para não atrapalhar os outros pacientes, contudo, passava parte do tempo na sala de espera.

A clínica é muito bonita e, aparentemente, muito organizada - a Mi e o Leandro pesquisaram um bom tempo em busca do médico mais adequado e todo instrumental para o tratamento...). De frente para o Taquaral, com quadros de várias tendências ao longo de todas as paredes. O pão de queijo é bem saboroso, sobretudo se acompanhado pela maçã que a Mi havia separado para mim e para o Lelê. Os funcionários parecem muito atenciosos, com um destaque especial para as enfermeiras. Estas parecem ter um contato bastante familiar com os pacientes, o que, afinal, é um alívio em alguns momentos, não é?

Depois dos remédios, voltamos pra casa. Além de estarmos com fome, era quase hora do Tiago Leifert.

Não quero com essas descrições atenuar os efeitos da quimioterapia. Visitando a clínica e acompanhando o Leandro, contudo, tive a impressão de que ele está profissionalmente muito bem amparado.

Na minha cabeça, finalmente a quimioterapia ganhou uma identidade mais próxima do real: um tratamento que visa ao término da doença...

Nos vemos.