24.12.10

Resultado do exame patológico e ALTA

Olá, pessoas.

Retornamos ao médico (urologista), na segunda-feira passada (20/12/10), para a retirada dos pontos e para saber os resultados do exame patológicoe retornamos ao oncologista na terça seguinte.

O resultado não poderia ser melhor: os linfonodos retirados na região retroperitoneal possuíam, alguns, tumores cancerígenos constituídos apenas de teratoma imaturo. Assim, como este tipo de câncer é bem menos agressivo, ou seja, pouco metastático, e a quimioterapia, provavelmente, já eliminou os outros cânceres, o médico acredita que o Leandro esteja curado. Presente maior não há ;).

É claro que a fala dele é prudente, pois pode haver algum outro câncer microscópico que não foi detectado pela tomografia, ou mesmo pode se desenvolver algum outro câncer a partir do testículo que ele ainda tem, por razões genéticas. A questão é que, agora, temos apenas que fazer o acompanhamento deste câncer. Como: Teremos de fazer uma primeira tomografia total (abdome e bacia) em janeiro, juntamente com um exame de sangue para verificar os marcadores tumorais para que eles sirvam de parâmetro. Depois, teremos que fazer uma tomografia a cada 6 meses e o exame de sangue a cada 3 meses. Isso durante o primeiro ano, que é o mais provável para que ocorra uma recidiva** do câncer. Depois, teremos que acompanhar mais tranquilamente. Mas o diagnóstico definitivo de cura de câncer é dado apenas após cinco anos de acompanhamento sem ocorrências de recidivas**.

O importante mesmo é que agora teremos apenas que acompanhar com exames e nem quimioterapia nem cirurgias são mais necessárias. :) Isso é ótimo!

Queremos apenas ressaltar que esses resultados apenas foram conseguidos porque tudo foi feito rapidamente, pois mesmo que na região só houvesse teratoma, o urologista-cirurgião nos relatou que este tumor pode crescer de tal forma a se tornar inoperável, porque há vezes em que ele se enrola/gruda na veia aorta, impossibilitando a cirurgia. Então, não se deve esperar para dar seguimento aos procedimentos indicados pelos médicos.

Por fim, queremos agradecer DEMAIS a todos - familiares, amigos, alunos-amigos e até (des)conhecidos - que nos enviaram boas energias neste período tão 'turbulento'. Saibam que sem vocês, provavelmente, não teríamos conseguido passar por tudo isso. MUITO OBRIGADA!

Abraços e um ótimo final de ano a vocês, assim como será o nosso.



Ps.:Continuarei com o blog para postar tanto novidades do tratamento quanto outras informações sobre as quais não foi possível escrever antes.




*exame patológico: este exame é feito com o material retirado em uma cirurgia, o(s) tumor(es), para saber de que tipo de células tal tumor é constituído e verificar se se trata de um tumor benigno, ou maligno (câncer), ou ainda de que tipo de células é constituído determinado câncer (nosso caso).
**recidiva: é quando o câncer, depois de supostamente eliminado, volta a se desenvolver no organismo.

13.12.10

Cirurgia bem-sucedida

Olá, pessoas.
Boas notícias: a cirurgia foi bem-sucedida. Ele já está em casa e com ótima recuperação.
Vamos agora ao relato.


Foi preciso que ele ficasse de jejum de água e alimentos desde as 22h do dia anterior (terça, 8/12/10).


Chegamos ao hospital (Maternidade de Campinas), - instituição indicada pelo urologista por ter um bom aparelho para a laparoscopia - por volta das 9:00 e aguardamos que o médico terminasse um procedimento com um outro paciente.
Exatamente às 12h ele foi levado para o centro cirúrgico. Tomou ali mesmo algum anestésico e seguiu. Pelo que nos conta, ficou acordado até instantes do início da cirurgia.


Pelo relato do cirurgião, a cirurgia correu bem, salvo pela dificuldade do anestesista em fazer com que os anestésicos fizessem o efeito necessário, uma vez que a musculatura do Leandro, por ser muito forte - algo bom -, atrapalhou neste processo, fazendo com que fosse necessário aplicar uma dose acima do dobro do indicado. Por fim, foi necessário que ele fizesse um corte adicional, de 7 cm, na região direita, além dos três 'furos' para a retirada dos gânglios ou linfonodos que se encontravam na região retroperitoneal. O corte lembra aquele para a retirada do apêndice. Além disso, ele deslocou o intestino para um dos lados do corpo para que pudesse fazer tal limpeza. Na imagem deste link, podemos ter uma ideia da sala de cirurgia.


Por volta das 16h, o médico foi ao quarto onde aguardávamos e nos informou sobre tudo isso, acrescentando que ele ainda ficaria umas 3h na sala de recuperação. Porém, quando foi 18h30, ele já estava no quarto, falando e bem. A voz apenas estava um pouco rouca, pois ele tinha sido entubado, e ainda estava com uma sonda. Sentia dor quando respirava fundo e quando ria. Tal dor sempre no corte adicional. Teve ainda de permanecer em jejum.


Na sexta, às 8h30, quando o médico passou no quarto, pediu para retirarem a sonda, liberou líquidos para ingestão e pediu para caminharmos também. Condicionou a alta ao funcionamento do intestino e disse que agora temos que aguardar o resultado do exame patológico destes gânglios. Caso apresentem apenas teratoma e cicatrização e não apareça nada de carcinoma ou outro tumor, significa que devemos apenas fazer um acompanhamento e ele estaria curado, caso esses tumores apareçam, será necessário mais quimioterapia.


No sábado, às 7h30, na visita do médico, ele recebeu alta. Foi receitado apenas um analgésico em caso de dor. A recomendação é de um repouso moderado, sem restrições para comida ou bebida, vantagens da laparoscopia, a qual aliás indicamos para quem estiver em dúvida, pois mesmo que tenhamos de dispor de algum valor, a recuperação é realmente incrível. Caso não tivéssemos escolhido este procedimento, ele ficaria, pelo menos, uma semana no hospital, internado, e teria uma recuperação lenta e dolorosa.


É isso por enquanto.


Obrigada novamente pelo apoio e pelo carinho. Tenho recebido tantas mensagens - da família, dos amigos, de alunos tão queridos, meus e dele - as quais por 'n' motivos ainda não pude responder. Saibam, porém, que leio todas e as transmito ao Leandro. Ficamos muito felizes e acalentados por elas.

6.12.10

Segunda Cirurgia Marcada

Pessoas,


a segunda cirurgia está agendada para o dia 9/12. Quinta próxima.
Conseguimos que ela fosse feita rapidamente, porque buscamos o serviço particular. Gostaríamos muito de ter feito pela Unicamp, contudo, estávamos numa fila de espera e nem tínhamos previsão de quando a cirurgia poderia ser feita, então buscamos a indicação de um bom urologista.


Nessa etapa, poderíamos fazer o procedimento (linfadenectomia retroperitoneal) pelo método tradicional (abrindo a barriga e retirando os linfonodos) ou pela laparoscopia. Nos deparamos então com uma 'bifurcação':

- o método tradicional tem resultado e era totalmente coberto pelo plano médico, entretanto demoraria mais tempo para a recuperação do Leandro, além de ser mais invasivo, o que eu julgo bastante complicado, afinal ele é muito novo;
- já a  laparoscopia também tem resultado, mas o plano de saúde não cobria todos os gastos com alguns instrumentos e com os honorários do especialista nesse tipo de procedimento, contudo ela é menos invasiva e o paciente se recupera mais rapidamente.


Quanto às consequências, ambas as possibilidades podem resultar em mais uma possíbilidade de infertilidade.


Assim, escolhemos pelo segundo procedimento. Teríamos que dispor de 'money', todavia isso afetaria menos o organismo dele que já sofreu muitas 'invasões' esse ano e, ao que tudo indica, no Natal ele já estaria bom.


Tivemos então de 'correr atrás' dos três instrumentos: uma tesoura ultracision 5mm, um trocarte, e 5 blisters hem-o-lok roxo. Depois de conseguirmos, foi marcar a cirurgia com o médico, o que está feito; marcar a consulta com o anestesista, também ok; fazer os exames, ok e aguardar.


Então é isso. Esperamos que dê tudo certo.
Obrigada pela força e nos mandem boas energias nesta quinta.


Abração,


Ps: O cabelo voltou a crescer e já está bem grandinho. :P


POST NOVO do Alê,
Pessoal, abaixo, está um texto do Alê, fresquinho, no qual ele relata quando nos acompanhou na quimioterapia. Vale muito a pena acompanhar o registro dele.

Na clínica para quimioterapia

Na quinta-feira, dia 29, fui com o Leandro na 4º sessão de quimioterapia. Naquela manhã, ainda não havia compromissos com meu trabalho, poderia acompanhá-lo sem ter preocupações com horários, chefes etc.

Embora, ao longo da minha vida, tenha visto várias pessoas passando por este tratamento, nunca soube precisamente como ele funcionava. Imaginava centros cirúrgicos de aparência assustadora, internações, médicos impassíveis...

Na verdade, o Leandro entra numa sala, muito parecida com um centro de doação de sangue. Ele passa por ali aproximadamente duas horas, tomando medicação pela veia.

Nesse meio-tempo, podemos ficar alguns minutinhos sentados com ele. conversamos sobre casas, apartamentos, dança dos famosos, a superioridade tricolor e o provável tetracampeonato do meu São Paulo na Libertadores, faixa-etária dos pacientes e muitos outros assuntos dos quais minha mente preguiçosa não consegue se lembrar...

Para não atrapalhar os outros pacientes, contudo, passava parte do tempo na sala de espera.

A clínica é muito bonita e, aparentemente, muito organizada - a Mi e o Leandro pesquisaram um bom tempo em busca do médico mais adequado e todo instrumental para o tratamento...). De frente para o Taquaral, com quadros de várias tendências ao longo de todas as paredes. O pão de queijo é bem saboroso, sobretudo se acompanhado pela maçã que a Mi havia separado para mim e para o Lelê. Os funcionários parecem muito atenciosos, com um destaque especial para as enfermeiras. Estas parecem ter um contato bastante familiar com os pacientes, o que, afinal, é um alívio em alguns momentos, não é?

Depois dos remédios, voltamos pra casa. Além de estarmos com fome, era quase hora do Tiago Leifert.

Não quero com essas descrições atenuar os efeitos da quimioterapia. Visitando a clínica e acompanhando o Leandro, contudo, tive a impressão de que ele está profissionalmente muito bem amparado.

Na minha cabeça, finalmente a quimioterapia ganhou uma identidade mais próxima do real: um tratamento que visa ao término da doença...

Nos vemos.

16.11.10

Segunda Cirurgia indicada

Pessoal, primeiramente queremos agradecer muito, mas muito mesmo, o apoio de todos que têm passado por aqui e nos enviado mensagens de carinho e apoio. Valeu mesmo.


Agora, vamos às atualizações.


Exames (tomografia total e marcadores tumorais) feitos, fomos à consulta na segunda-feira passada e o médico nos informou que os marcadores estavam bem baixos. Realmente confirmamos. Entretanto, na tomografia, há ainda um linfonodo com 2,2 cm e um outro com 1,4 cm, o que nos leva para a indicação de uma cirurgia para a retirada desses linfonodos (explicação abaixo). Assim, fomos encaminhados novamente para um urologista que é quem poderá fazer esta cirurgia denominada linfadenectomia retroperitoneal, pois os linfonodos se encontram na região do retroperitônio.
Na segunda-feira mesmo procuramos as informações e estamos agora providenciando este procedimento para o quanto antes. Portanto, notícias em breve. Por enquanto, apenas aguardar mais um pouquinho.


Abraços,


Ps: A retirara é necessária, pois o tamanho normal desses linfonodos é abaixo de 1,0 cm. Na primeira tomografia, pós 1ª cirurgia (Orquiectomia Radical), o maior linfonodo apresentava 3,3 cm e havia outros três com tamanho entre 1 e 1,5 cm. Além disso, o tumor original era constituído, em sua maioria (80%), por um tipo de célula (teratoma maduro) que não reage a quimioterapia. Assim, quando houve a migração (metástase) das célular cancerígenas para outros locais, estas células (teratoma) também migraram, portanto, após a quimio, havendo ainda a presença dessa alteração nos linfonodos, faz-se necessária a cirurgia.

3.10.10

Alta

Pessoal, notícia muitíssimo boa. Tivemos alta ontem e estamos já em Limeira.
Depois de 7 dias no hospital, nada melhor que ficar pertinho da família.
Bem, acho que agora posso esclarecer melhor o motivo da internação: a imunidade dele ficou baixíssima: é necessário que tenhamos, ao menos, 1.000 leucócitos em nosso corpo para eles nos defenderem das bactérias e vírus que tentam a todo tempo nos atacar, mas, na sexta 24/9, ele tinha apenas 21, ou seja, quase nada. Então, doencinhas que não fazem mal a quase ninguém se tornam grandes vilãs, como uma micose que ele desenvolveu. A febre então subiu bastante e corremos para o hospital.
Agora, já está tudo bem e só aguardaremos o resultado do hemograma amanhã de manhã para saber se as defesas do corpo estão boas para tomarmos a última sessão da quimio (bleomicina) e já fazermos consulta com o médico para sabermos se apenas teremos de acompanhar a doença (fazendo exames) ou teremos mais alguma coisa para fazer, como cirurgia ou outras sessões.

Obrigada novamente a todos que nos mandaram mensagens de carinho e apoio nesses dias complicados.
Vocês não têm ideia de quanto bem isso nos faz.

29.9.10

Internação

Como eu sei que há vários caríssimos leitores para este blog ansiosos por notícias, farei um post apenas para atualizá-los sobre o tratamento. Depois faremos todos os posts dessa narrativa....

Então, vamos lá. O tratamento deveria ter terminado na segunda, mas como houve febre na sexta (24/9), e foi verificado que a imunidade dele estava muito baixa, ele está internado desde então. Ontem a febre já cessou, hoje deu só um pouquinho, então, estamos aguardando uma alta em breve.

Estamos bem, com muito mimo e carinho de todos os familiares e amigos.
Só aguardando o final...

Abraços,

16.8.10

Novos exames e início do tratamento

Tínhamos agora dois dias pra fazermos os novos exames pedidos por Sasse e pela clínica de fertilização:
- tomografia do tórax (para verificar se ocorreram metástases no pulmão);
- exame de sangue para verificar os indicadores tumorais;
- hemograma completo para verificar a imunidade do corpo;
- e exames para verificar as DSTs para a clínica.
E assim fizemos, além de comunicarmos o trabalho, os amigos e família. Compramos até um sofá novo, para que ele tivesse mais conforto nos dias de tratamento, cortamos o cabelo baixinho para que pesasse menos e desacelerasse a queda, compramos bonés e outros adereços para a cabeça e fizemos uma boa comprinha de muita comida saudável.
Nesse meio-tempo, recebemos o orçamento da clínica de oncologia e resolvemos começar o tratamento particular, já que os valores que nos foram repassados por telefone pareciam-nos possíveis. Agora, era só aguardar a segunda-feira (26/7/10) e começar o tratamento.



Primeiras consequências

Ainda em nossa consulta com Sasse, uma de nossas dúvidas era em relação às consequencias que um tratamento quimioterápico causa no organismo. Uma delas é a esterilidade. Assim, o questionamos sobre isso e ele realmente nos disse que um terço dos pacientes ficam estéries permanentemente, então nos indicou um clínica de fertilização, a qual tivemos que procurar naquela mesma tarde (21/7/10), pois o congelamento do sêmen tem que ser feito antes do início do tratamento quimioterápico.  

Oncologistas e Veredictos

Na quarta (21/7/10), chegamos cedo. Estávamos bem animados. Com um espírito até bem diferente das pessoas que ali estavam. E como estava cheio de gente aquele dia. Quando fomos atendidos, de cara, o médico nos disse que aquela não era sua especialidade, mas que havia outro médico na sala ao lado que poderia nos ajudar, pois era "o papa" - palavras dele - dessa especialidade. Tivemos então que aguardar até às13 da tarde (chegamos por volta das 8:15), porque além de ter a agenda cheinha, ele ainda estava cobrindo as férias de um outro médico, mas tudo bem, não ligamos, pelo menos, sabíamos que estaríamos em ótimas mãos. Quando ele nos atendeu, foi bastante atencioso, já tinha visto todos os exames e nos disse que realmente se trava de um tumor maligno que, infelizmente, havia migrado para outras regiões - os linfonodos - e que o mais preocupante era aquele que estava com 3,1 cm, mesmo assim o caso poderia ser considerado de baixo risco, mesmo que houvesse outras migrações ainda não detectadas - como no pulmão, porque os indicadores tumorais ainda estavam baixos.
Para esse caso específico, o tratamento seria realmente a quimioterapia. Esta seria constituída de três ciclos com o protocolo PEB (Bleomicina, Etoposida, Cisplatina) e cada ciclo é constituído de três semanas. Na primeira semana, ele faria sessões todos os dias, tomando os três medicamentos na segunda-feira e nos quatro dias restantes tomando apenas a Bleomiocina e a Cisplatina, já na segunda semana tomaria apenas a Bleomicina na segunda-feira. Todos os medicamentos seriam ministrados via venal. Sasse nos disse também que o Le teria que se afastar do trabalho, já que o corpo ficaria bem debilitado, e ele não conseguiria trabalhar normalmente. Essa notícia nos deixou um tanto surpresos, porque esperávamos que ele conseguisse trabalhar - inocentes.
Em relação ao custo do tratamento, nosso plano médico ainda estava num período de carência em relação à quimioterapia, de modo que precisaríamos saber o valor do tratamento, para verificarmos se teríamos condições de pagar normalmente, ou se precisaríamos pedir o encaminhamento para um hospital público. A clínica ficaria de nos passar os valores ainda naquela tarde para decidirmos. Porém, para o encaminhamento, ele teria de verificar o dia possível e talvez não pudesse começar na próxima segunda  (26/7), já para o tratamento particular, poderíamos começar na segunda, o que, segundo, o médico seria o caminho ideal.

Retorno e Encaminhamento

Bem, nosso retorno ao urologista foi tranquilo. Ele nos informou apenas aquilo que já sabíamos. Na verdade, acho que de tanto estudarmos, já sabíamos até mais do que ele, afinal, o fato de o tumor ter migrado saía de sua especialidade. Bom, ele nos disse que deveríamos nos dirigir a um oncologista e nos deu a indicação de uma clínica, mas quando ligamos para essa indicação, descobrimos que ele não mais atendia ali e nem em outros inúmeros lugares para os quais ligávamos. Fiz então uma pesquisa mais minuciosa sobre oncologistas, encontramos alguns e também soubemos que havia um problema entre a Unimed e as clínicas de oncologia de Campinas (Informe da Unimed - Esclarecimento das clínicas sobre a Unimed Campinas) para nos "ajudar". Encontramos então o nome do médico André D. Sasse, que apresentava todas as qualificações que procurávamos e nos dirigimos a clínica para marcar uma consulta. Lá, ficamos sabendo que este médico não mais atendia pela Unimed há menos de uma semana e marcamos com um outro oncologista clínico para a próxima quarta-feira (21/7/10).




7.8.10

Resultados dos exames pós-cirúrgicos

Passamos a primeira semana de férias em Limeira e retornamos para Campinas na segunda (5/7/10) para fazermos a tomografia, colhermos o exame de sangue e retirarmos o resultado do exame patológico. E assim foi. De manhãzinha, fizemos a tomografia. É um exame um tanto desconfortável, pois é preciso ingerir um líquido para deixar a bexiga cheia de modo que ela possa ser visualizada e o Le teve que tomá-lo durante uns quarenta minutos, em seguida ele foi para a máquina e lá também eles inseriram um outro líquido (o contraste) diretamente no sistema sanguíneo. Foi complicado porque as veiazinhas dele fogem das agulhas, mas, por fim, foi feito.
Saindo dali, passamos no hospital onde fora feita a cirurgia para retirarmos o resultado do tumor. Abrimos o resultado ali mesmo e não entendemos muito bem do que se tratava, pois havia vários termos os quais não conhecíamos, então ao mesmo tempo em que dizia que era uma 'neoplasia maligna' o que nos deixava mais aflitos, também dizia que não havia sinais do tumor em alguns vasos e canais próximos da região, o que nos deixava esperançosos, porque poderia indicar que não havia ocorrido migração para alguma outra região do corpo. Soubemos também que o tumor era misto, ou seja, constituído de células diferentes  (80% de teratoma maduro, 10% de carcinoma embrionário e 10% de tumor do saco vitelínico) só também não sabíamos dizer o que isso significava. Ficamos preocupados, até porque fiz algumas pesquisas durante a tarde que não eram muito otimistas, mas tinha esperança de que não houvesse migração. Ele também estava um tanto preocupado de modo que até fui sozinha retirar o resultado da tomografia.
Minha ansiedade foi tamanha que, assim que entrei no carro, já abri o resultado e não foi nada fácil ler a conclusão do laudo: Linfonodos aumentados no retroperitôneo (um estava com 3,1 cm, o segundo com 1,2 cm, o terceiro com 1,2 cm e o quarto com 1,5 cm - sendo que o deveriam ter, no máximo, 1 cm). Tentamos marcar a consulta para a terça-feira mesmo, mas como era uma semana de feriado, o médico estava viajando, restou-nos apenas fazer os exames de sangue, naquele dia, e esperar. Assim que o resultado ficou pronto, percebemos que o AFP havia baixado de 68,99 para 1,78, encontrando-se agora dentro dos padrões normais (pode ter até 7). Contudo, o DHL agora estava um pouco acima do normal. Subiu de 466.0, do primeiro exame para 520.0 no segundo e deveria ter no máximo 480. 
Com todas essas informações em mãos restava agora esperar pelo médico.





1.8.10

Cirurgia

Enfim a consulta chegou (por volta de dez dias depois dos exames, uma segunda-feira). 
A ultrasonografia apontava uma aparência nodular por toda a extensão do órgão e dentre os indicadores tumorais o AFP apresentava uma alteração mais agravante (deveria estar na faixa de 1 a 7, e estava em torno de 68). Desse modo, o médico nos comunicou que poderia já diagnosticar o problema como um tumor, com quase 100% de certeza, mas para que pudesse fazer afirmações mais categóricas, precisaria de um exame do tecido do tumor. De qualquer maneira, o passo seguinte seria a extração completa do órgão, por meio de uma cirurgia denominada Orquiectomia Radical, e era importante que ela fosse feita o quanto antes, para que não houvesse a possibilidade de qualquer migração, se esta não tivesse ocorrido ainda. Assim procedemos e a cirurgia foi feita com sucesso. É relativamente simples. Foi feita no dia 2 de junho, véspera de feriado. O Le entrou no centro cirúrgico às 17h, às 19 h já estava de volta ao quarto e às 23h já estava de alta. É claro que ela debilita um pouco o corpo, mas na segunda seguinte ele já estava bem disposto. Agora, era só aguardar a recuperação dele e esperar mais 15 dias para poder refazer os exames de sangue novamente, mais os novos exames que seriam:
- o exame patológico do tumor extraído (para determinar o tipo de tumor) e
- a tomografia da bacia e do abdome (para verificar se houve migração para esta região - a primeira possibilidade de metástase*)




*Metástase é o termo utilizado em oncologia para designar a instalação de um ou mais focos do tumor distantes do local em que ele se originou (stasis = parar; meta = longe, distante).

E voltam os sintomas

Primeiramente, só vale lembrar que a sensação de que algo não tinha voltado ao normal permaneceu durante todo o ano de 2009 e início de 2010, mas como não havia dor ou outra espécie de sintoma, achamos que se tratava de apenas uma cisma. Até que, em maio deste ano, precisamente na quinta-feira antes do dia das mães, ele sentiu novamente a dor e o inchaço e a vermelhidão voltou a aparecer.
Dessa vez, ficamos mais temerosos e decidimos procurar logo de cara um especialista. Já na sexta-feira, conseguimos marcar uma consulta para a segunda e lá fomos nós.
O médico primeiro examinou a região, mas apesar de apontar alguns caminhos, não poderia nos dar qualquer diagnóstico sem alguns exames. Tivemos que fazer então um exame de sangue (para os indicadores tumorais, AFP, ß-hCG e DHL) e uma tomografia testicular ainda naquela mesma semana.
Como os exames ficaram prontos a disponíveis para nós, tentamos nos informar por meio de alguns sites confiáveis, tentando sempre cruzar a informação de um e outro e buscando estudar mesmo tudo o que podíamos para sabermos o que poderia ser. Vários caminhos nos apontavam para o tumor, mas mesmo assim, não poderíamos saber de que tipo era e muito menos se tudo o que víamos era verdade, sem o aval do médico.
Assim, é claro que vale a pesquisa para nos informarmos melhor e a recomendamos, mas nada substitui a palavra do especialista.

Começo de tudo

Baum... tudo começou em 2009, em Janeiro. Não nos lembramos exatamente o dia. Só sabemos que foi num final de semana em que minha irmã e meu cunhado estavam posando aqui em casa. Enquanto caminhávamos pelo centro da cidade, o Le reclamou de um dor na região afetada. Na semana seguinte, procuramos um clínico geral para verificar qual o problema. Ele solicitou alguns exames de sangue que pareceram normais e receitou um ant-iinflamatório e um antibiótico. Nas semanas seguintes, a dor, o inchaço e a vermelhidão passaram, e acreditamos ter ficado tudo bem. Nem nos preocupamos em procurar algum especialista, mesmo ainda tendo ficado um aspecto não habitual para a região.


Mi e Le

27.7.10

Justificativa

Bom, pra começo de conversa, queremos deixar claro que nosso intuito com a criação deste blog se encontra em dois principais motivos: o primeiro é deixar disponível um ‘lugar’ para que nossos amigos e familiares possam ter informações de maneira mais facilitada sobre o estado de saúde do nosso loirinho e o segundo é para deixar registrada nossa experiência com o tratamento para que outras pessoas possam encontrar informações sobre todo o processo. Mesmo que cada caso seja um caso, foi bom para nós encontrar experiências em outros depoimentos e acreditamos que podemos contribuir também... Então, vamos lá.